Atualmente já está bem difundido na população o conceito de que atividade física é um importante fator promotor de saúde em todas as idades. Existe um consenso entre profissionais no sentido de que a escolha da atividade física deve ser definida pela preferência individual. A justificativa é que para a atividade física se tornar um hábito para toda a vida, a pessoa deve se identificar com a modalidade.
Quando as pessoas têm atividade física importante no trabalho, é importante que ao se aposentar, outras formas de exercícios sejam incorporadas na vida diária. As academias em geral oferecem várias opções de atividade física para que as pessoas possam escolher as mais agradáveis para si, mas existe um complicador: nem sempre as pessoas têm condições de saúde para praticar o exercício que mais gostam.
O processo de envelhecimento, que se inicia na faixa dos trinta anos de idade, produz em muitas pessoas importantes limitações para exercícios como é o caso do enfraquecimento dos tendões, do desgaste dos discos intervertebrais e dos desgastes das cartilagens. Em função de características genéticas, esses problemas podem se manifestar muito cedo na vida e dificultar alguns tipos de exercícios, mas é na terceira idade que esses problemas ocorrem com maior frequência e intensidade.
Quando nos deparamos com idosos praticando formas de exercícios habitualmente utilizados apenas por pessoas mais jovens podemos imaginar que foi a prática constante da atividade que os manteve nessas condições.
Claro que a prática constante é importante, mas o principal fator é que essas pessoas tiveram a sorte de não apresentarem processos degenerativos importantes, que afastam a maioria das pessoas dos exercícios que mais gostam. Assim sendo, é importante que as pessoas sejam avaliadas e orientadas para as formas de atividades físicas mais adequadas para as suas condições. Aspecto importante é que na medida em que a idade avança e os processos de desgaste evoluem, as pessoas percebem que não conseguem mais praticar exercícios que faziam antes.
Muitas vezes o simples ato de sentar ou deitar no chão pode se tornar impossível. Da mesma maneira, entrar e sair de uma piscina pela escada pode ser impossível para algumas pessoas. Limitações importantes também podem ocorrer para alongamentos mais fortes e para algumas posturas prolongadas.
Com o objetivo de atrair clientes, muitas academias divulgam programas para idosos. Isso é bom, desde que as atividades sejam realmente conduzidas por profissionais que saibam fazer os ajustes nos exercícios quando doenças ou desgastes articulares assim exigirem. Profissionais médicos devem estar aptos a identificar as pessoas que não poderão praticar alguns tipos de atividade física mesmo com ajustes.
O setor de musculação é o mais importante em qualquer academia para idosos. Em muitas situações a musculação é a única forma de atividade física que as pessoas conseguem realizar confortavelmente. Isso ocorre porque o corpo está sempre adequadamente posicionado nos bons aparelhos para musculação, os movimentos podem ser adaptados para amplitudes confortáveis, as cargas podem ser selecionadas para que os esforços não sejam acentuados e ainda porque as repetições e intervalos entre séries podem ser adequados para as situações de fadiga importante. Assim sendo, mesmo para pessoas muito debilitadas, os exercícios de musculação são sempre possíveis e confortáveis.
Muitas vezes pessoas que não conseguem caminhar, conseguem praticar musculação. Somente não poderá praticar musculação bem orientada quem tiver contraindicações para exercícios, o que é uma situação rara. Além disso, os exercícios de musculação são os mais úteis para as pessoas idosas: são os que mais fortalecem os ossos e os músculos, protegem as articulações, vitalizam os tendões sem traumas e contribuem para o controle de dores crônicas.
Também melhoram a aptidão física para as atividades da vida diária como caminhar, subir escadas e carregar objetos, além de prevenirem quedas. A saúde cardiovascular é adequadamente estimulada pelos exercícios de musculação, não cabendo a comparação com os exercícios aeróbicos, que geralmente não podem ser praticados por pessoas fragilizadas.
O Instituto Biodelta é uma instituição dedicada à pesquisa, ensino e aplicações da musculação, conhecida como exercícios resistidos na área acadêmica. Biodelta Musculação Especializada é uma identificação que está sendo proposta para as clínicas ou academias que trabalham com equipamentos e métodos desenvolvidos no Instituto Biodelta. Os aparelhos foram projetados para aliviar as articulações e os métodos desenvolvidos visam as adaptações da musculação para doenças e fragilidades. O Instituto Biodelta promove a formação inicial dos profissionais dessas clínicas e academias e proporciona consultoria técnica permanente.
* José Maria Santarem (CRM-SP 25.651) é doutor em medicina pela Universidade de São Paulo, fisiatra e reumatologista pela Associação Médica Brasileira, consultor científico da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte, diretor do Instituto Biodelta e coordenador do site acadêmico www.treinamentoresistido.com.br.